segunda-feira, 26 de novembro de 2012

RITUAL DAS PENAS – BRUXAS Móbiles



Desde os tempos muito antigos, as penas eram coletadas após cairem voluntariamente das aves para usos mágicos.

Um dos encantos mais famosos usando penas é este móbile das bruxas.

Para fazer é preciso de três fios coloridos ou fitas que são trançados em conjunto em uma das extremidades, mas cada fio em um comprimento, para se diferenciarem na altura após pendurado.

As cores das fitas ou fios dependem do propósito da magia. Ou simplesmente usar o branco para a moça, o vermelho para a mãe e preto para a velha, (magia de poder Triplice).

Nove penas serão amarradas, três em cada fio. (seria perfeito se estas penas fossem achadas com o tempo, e não compradas…)

As qualidades mágicas das penas são determinadas pela sua cor dando o simbolismo.

Também pode adicionar em quaisquer das fitas ou fios, ervas. Acrescenta poderes, conforme seu tipo.

Penas e suas cores

Branca- penas brancas simbolizam a purificação, a espiritualidade, a esperança, proteção, paz e as bênçãos da lua.

Vermelha – penas vermelhas simbolizam a vitalidade física, a coragem, boa sorte e a vida.

Azul - penas azuis dão habilidades mentais, paz e proteção, e a percepção psíquica.

Amarela - penas amarelas dão alegria, vivacidade mental, prosperidade e bênçãos do seu dom.

Verde - penas verdes simbolizam dinheiro, prosperidade, crescimento, saúde e fertilidade.

Verde e vermelho juntos na mesma pena, penas mistas afetam questões financeiras.

Laranja - penas lartanjas trazem atração, energia e sucesso.

Rosa – penas rosas atraem o amor.

Cinza – penas cinzas simbolizam a paz e neutralidade.

Marrom – dão estabilidade e respeito, simbolizam a casa e aterramento.

Marrons listradas de preto – como as penas da cauda de um faisão, dá um equilíbrio entre a vida física e espiritual.

Marrons em faixas ou misturada com branco trazem felicidade e dão um tipo de proteção que permite que se vá perto de quem iria prejudicá-los.

Marrom com tiras vermelhas misturadas trazem a cura para os animais.

Preta - penas pretas dão a sabedoria mística que vem com a iniciação espiritual, e a introspecção mística.

Preto e branco misturado trazem união e proteção.

Preta misturado com roxo significa a profunda espiritualidade.

Preto, branco e azul misturada trazem mudanças.

As negras são sagradas para o Deus por causa de sua semelhança com os chifres curvados do Deus Chifrudo. Eles também são um símbolo de virilidade masculina.

As brancas são sagradas para a Deusa porque se assemelham a ferramenta (a foice) com o qual grão (sagrado para ela) é ceifada. Eles também lembram a fase crescente e minguante da lua.

Realizando seu móbile;

Pegue as 3 fitas ou fios (60cm, 80cm e 1m) de tamanhos diferentes e junte as pontas dando um nó…

Agora comece uma trança e faça por uns 10 cm, dê outro nó.

Enquanto trança, cante:

Fios de vermelho, preto e branco

Trabalhe sua magia, a magia desta noite.

Agora amarre 3 penas em cada fio, e cante:

Fita e pena, pena e fita, neste encanto

Quero proteção, felicidade e paz no meu coração

Então eu consagre seu móbile passando-o através da fumaça de um incenso, e diga:

Nos nomes das Deusas

E o Deus

Por Ar, Terra, Fogo, Água e

Eu consagro este encanto

De penas de nove e cabo de três

Como eu, que assim seja!

O Móbile da Bruxa pode ser pendurado em qualquer lugar em sua casa para promover uma atmosfera acolhedora e agradável trazendo sua proteção, ou em seu altar para auxiliar em trabalhos mágicos.




Fonte: www.magiazen.com.br

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ostara

O Sabbat do Equinócio da Primavera, também conhecido como Sabbat do Equinócio Vernal, Festival das árvores, Alban Eilir, Ostara e Rito de Eostre, é o rito de fertilidade que celebra o nascimento da Primavera e o redespertar da vida na Terra. Nesse dia sagrado, os Bruxos acendem fogueiras novas ao nascer do sol, se rejubilam, tocam sinos e decoram ovos cozidos - um antigo costume pagão associado à Deusa da Fertilidade.

Os ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos, eram lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa. Em certas partes do mundo pintavam-se os ovos do Equinócio da Primavera de amarelo ou dourado (cores solares sagradas), utilizando-os em rituais para honrar o Deus Sol.

Os aspectos da Deusa invocados nesse Sabbat são Eostre (a deusa saxônica da fertilidade) e Ostara (a deusa alemã da fertilidade). Em algumas tradições wiccanas, as deidades da fertilidade adoradas nesse dia são a Deusa das Plantas e o Senhor das Matas.

Como a maioria dos antigos festivais pagãos, o Equinócio da Primavera foi cristianizado pela Igreja na Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa (em inglês "Easter", nome derivado da deidade saxônica da fertilidade, Eostre) só recebeu oficialmente esse nome da Deusa após o fim da Idade Média.

Até hoje, o Domingo de Páscoa é determinado pelo antigo sistema do calendário lunar, que estabelece o dia santo no primeiro domingo após a primeira lua cheia, no ou após o Equinócio da Primavera. (Formalmente isso marca a fase da "gravidez" da Deusa Tríplice, atravessando a estação fértil.) A Páscoa, como quase todas as festividades religiosas cristãs, é enriquecida com inúmeras características, costumes e tradições pagãos, como os ovos de Páscoa e o coelho. Os ovos, como mencionado, eram símbolos antigos de fertilidade oferecidos à deusa dos Pagãos. A lebre era um símbolo de renascimento e ressurreição, sendo animal sagrado para várias deusas lunares, tanto na cultura oriental como na ocidental, incluindo a deusa Ostara, cujo animal era o coelho.

Ostara é o primeiro dia da primavera, ocorre cerca de 21 de setembro no hemisferio sul e 21 de março no hemisferio norte. O inicio da primavera marca também a volta do sol e uma época do ano em que dia e  noite tem a mesma duração depois do inverno. Para os wiccans é o despertar da terra com sentimentos de equilíbrio e renovação.
 Uma tradição muito antiga é a de esconder os ovos e depois achá-los.(Talvez veio daí o costume dos Norte-americanos de esconderem os ovos de chocolate no dia da Páscoa para que as crianças os achem.) Mesmo os não wiccans sentem-se diferentes neste período, mais dispostos, comem menos, dormem menos e acordam mais cedo.

Para os wiccanos também é época de começar a plantar, época do amor, de promessas e de decisões, pois a Terra e a natureza despertam para uma nova vida.
Pela primeira vez no ano o dia e a noite se fazem iguais. É portanto, uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta para ser plantada. É quando os Deus e Deusa se apaixonam, e deixam de ser mãe e filho.

Nessa data, a semente da vida é semeada no ventre da Deusa, A Donzela revigorada e cheia de alegria. O Deus é devidamente armado para sair em sua viagem no mundo das trevas e reconquistá-lo, para que posteriormente a luz volte a reinar.

 Os membros do Coven usam grinaldas, e o Altar deve ser enfeitados com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no Altar. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos. Nesse caso, não utilize tintas tóxicas, pois podem provocar problemas se ingeridas.

Use anilinas para bolo, ou cozinhe os ovos com cascas de cebola na água, o que dará uma bela cor dourada. Antes de comê-los, os membros do Coven devem girar de mãos dadas em volta do Altar para energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a sua criatividade.

Os pedidos devem ser voltados à "fertilidade" em todas as áreas.


COMEMORANDO O OSTARA

Deve-se colocar flores no altar, ao redor do círculo e enfiadas no chão. O caldeirão pode ser cheio com agua mineral e flores, e botões e brotos também podem adornar as vestes. uma pequena planta envasada deve ser colocada no altar. Prepare o altar, acenda as velas e o incenso, e abra o círculo,e depois que lançar o circulo diga: ABENçOADO SEJA ESTE CíRCULO DO SABBAT SOB O NOME DIVINO DE OSTARA, ANTIGA DEUSA DA FERTILIDADE E DA PRIMAVERA. SOB SEU SAGRADO NOME E SOB A SUA PROTEçãO ESTE RITUAL DE SABBAT AGORA SE INICIA. invoque a Deusa e o Deus. De pé diante do altar, observe a planta e diga:

"Ó Grande deusa, Liberta da prisão gelada do inverno.
Agora é a hora do verdejar, quando a fragrância das flores se espalha com a brisa.
Este é o início.
A vida se renova por sua magia, Deusa da Terra.
O deus se distende e se ergue, ansioso em sua juventude,
e pleno com sua promessa do verão."

Toque a planta. Concentre-se a sua energia e através dela com toda natureza. Viaje por suas folhas e ramos em sua visualização do centro de sua consciência para fora de seu braço e dedos e penetrando dentro da própria planta. Explore sua natureza interior; sinta os milagroso processos da vida ativos em seu interior. Após algum tempo, ainda tocando a planta, diga:

"Caminho pela terra em amizade, não como dominador.
amor Deusa Mãe e Deus Pai, depositem em mim Através desta planta um por todas as coisas vivas;
Ensinem-me a reverenciar a terra e todos os seus tesouros.
Que eu jamais me esqueça."

Medite acerca das mudanças de estações. Sinta o crescer das energias na terra a seu redor. Trabalhos de magia, se necessários, podem seguir. Celebre um banquete simples. O círculo está desfeito.

ERVAS TÍPICAS DO EQUINÓCIO DE PRIMAVERA - OSTARA Cinco- folhas, Narciso, Madressilva, Íris,jasmim, rosa Morango e Violeta.
COMIDAS TÍPICAS DO EQUINÓCIO DE PRIMAVERA – OSTARA
Sementes como o Girassol, abóbora e gergelim assim como Castanhas de Pinheiro. Brotos, verduras folhosas e verdes. Pratos com flores, como nastúrcios recheados ou bolinhos de cravo.
Fonte: Sites, Circulo sagrado, Old Religion.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Um Papinho Informal

 

Dentre todas as religiões, a wicca é a que mais me fascina, justamente pelo seu contato com a Natureza, com os Deuses, e elementais, também com a sensação de poder que sentimos quando realizamos algum ritual, sei que sou novo neste caminho, tenho muito o que aprender, mas estou aqui para isso, ja tive experiencias maravilhosas, eu me orgulho de ser pagão, e não é apenas porque sou uno com a natureza, ou porque sou filho da terra e do céu estrelado, e que sempre que preciso invoco a Grande mãe e ela vem me consolar, o meu maior orgulho, é que estou levando em frente, uma fé antiga, uma crença poderosa, uma religião que só pode ser praticada em nossos dias, depois da morte de milhares de irmãos, como eu queria ter o 
previlégio de ver algum irmão que morreu pela nossa arte e dizer: voce não morreu em vão, olha só, nos multiplicamos, crescemos e voce contribuiu, obrigado.

Ah, como eu gostaria de dizer isso, como eu gostaria de abraça-lo, e agradecer, mas de uma forma ou de outra eles sabem.

Fiz muitas amizades com pessoas dentro da religião wicca, a maioria virtuais, mas os amo tanto
, que as vezes tenho a sensação de que eles estão aqui do meu lado, um deles é o Dio Artemus, poxa, este irmão, é o melhor irmão do mundo, sou muito grato a ele, e quando conversamos, eu percebo que a Deusa coloca as pessoas certas no momento certo em nossas vidas, isso me faz lembrar de outra pessoa, a Sacerdotisa Alana Morgana, nossa, sem palavras pra dizer o afeto e carinho que sinto por ela, tenho um desejo incessante de conhece-la, e poder dar um abraço bem forte e dizer: eu disse que um dia te conheceria, ela é uma grande voz da Deusa aqui na terra, acho que todos deveria ter a mesma sorte que eu em conhcer pessoas assim, é eu sei, os Deuses sorriram pra mim, pois tenho a amizade deles, e sou grato por isso.

Mesmo tendo grandes amigos, muitas vezes tive duvidas, sobre a wicca, se era mesmo este caminho que eu queria seguir, pois ja fui cristão, mas isso não me impediu de acordar a velha crença que até então se encontrava adormecida dentro de mim, não tenho duvidas disso...

Hoje, presto mais atenção na natureza, nos ciclos, coisas que eu não fazia antigamente, hoje percebo o florescer, o cair das folhas, e isso só vem acrescentar certezas em minha vida, quando presto atenção no cair das folhas, e depois de um tempo, elas voltam, eu ouço uma pequena voz lá no fundo do meu interior dizendo: tome como exemplo isto, pois todas as folhas morrem, mas no momento certo retornam a vida, este é o ciclo da vida, nunca morremos, somos almas eternas.

As vezes me pego concentrado olhando para a lua, relembrando certos momentos de minha infancia, e percebendo os chamados que recebia da Deusa, mas não sabia interpretar, neste meu curto caminho, ja nadei com a ondinas, ja voei com os silfos, ja andei com pés descalços na terra com os duendes, e ja me feri com as salamandras, e apesar de tudo, isso valeu a pena, hoje posso correr com os pés descalços no campo verde, sentindo a Força do grande Deus, posso deitar sob a doce luz da lua, e transbordar de seu poder, sei que um dia serei um sacerdote da Deusa, e serei com muito orgulho e humildade, só estou esperando o momento em que a Deusa dizer que estou pronto.

Bem, acho que era isso que eu precisava dizer, até mais, um Abração de Luz.






quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Wiccan= Um Pagão, Um bruxo e Um Feiticeiro

Por Dio Artemus


Eu acho realmente engraçado como a wicca é levada hoje em dia no imaginário popular, um bando de adolescentes vestindo roupas coloridas dizendo coisas amorosas sobre a natureza e incapazes de fazer mal a uma mosca! Fico imaginando como isso se formou no imaginário popular, será que é pela falta de entedimento de muitos sobre a profundidade da Lei Trípice? Ou a falta de pessoas capacitadas para desenvolver um bom treinamento espiritual e mágicko? Essa minha conversa hoje é simplismente a contra-proposta de todas as difamações que dizem sobre os wiccans e a realidades por trás de todas as histórias.
De certa forma esse pensamento de que a wicca é algo “colorido” é bem positivo, afasta dos círculos e convens sérios pessoas que realmente não fazem falta alguma para a Arte(Craft), o que eu não admito é que pessoas de dentro da wicca hajam de tal forma e pensem nessas coisas como a mais pura realidade.

A Wicca surgiu ao público na década de 50, podemos afirmar que esse foi o começo da wicca, mas de forma alguma podemos renegar que nossas práticas são muito mais antigas do que o Monoteísmo, as origens acabam se perdendo nos velhos cultos de fertilidade e nas práticas de Magia Cerimonial, com Liturgias, Consagrações, Invocações, Ritos de Passagem.

O três está contido em todas as coisas, como os Ocultistas e Bruxos como Gerard Encausse(Papus), Agrippa, Rudolf Steiner sempre reforçaram quando escreviam sobre o tema.
Para entedermos melhor a profundidade da wicca irei tratar do número três contido nela.

*A Wicca e sua Estrutura: Número Três
1-Paganismo
2-Bruxaria
3-Feitiçaria

Paganismo: é a parte cultual da Wicca. Trazendo de volta a adoração dos Antigos Deuses, trazendo de volta o Politeísmo. Sem esquecer, é claro, da tendência vital da dualidade: feminino e masculino, essêncial para a fertilidade da terra.
O Paganismo tem suas origens nos tempos mais remotos, na adoração de divindade ligadas a fertilidade, podemos dar um exemplo disso nas diversas “Venus” encontradas do período paleolítico( um exemplo é a Vênus de Hohle Fels reproduzida em marfim por volta de 35 mil anos atrás)... Não podemos deixar de citar a mais famosa delas, a Vênus de Willendorf (feita por volta de 22 mil anos atrás) que sempre é vista nos livros de História com seus imensos seios. Podemos ainda citar a questão da liderança nos clãs dessa época, nos caçadores, totalmente ligados à essência do Deus Cornífero.

Bruxaria:
“Feiticeira é quem quer e bruxa é só quem puder” Provérbio Português
Existe um sapo chamado bruca, que em castelhano se pronuncia “brucha”, esse nome era aplicado às mulheres que praticavam as artes da goetia(a origem da palavra bruxaria na linguística geralmente é associada aos usos pré-romanos, por se desconhecer sua origem no latim). O Bruca é um sapo que vive em pântanos, pois uma idéia muito comum na espanha é de que a bruxa vive em lugares isolados da Terra. Levando para o lado xamânico da coisa a bruxa vive entre os mundos assim como o sapo. O bruca vive hora na superfície luminosa e outra como um bom anfíbio que é nas profundezas escuras do pântano.
Em suma a bruxaria é a parte iniciática da wicca, um sistema transformador da alma, onde há a integração do tempo do homem, com a animalidade e a divindade.

Feitiçaria: a feitiçaria é um sistema mágicko que é capaz de causa mudanças. Essas práticas não se restringe apenas ao paganismo atual, nem mesmo é de apenas uma crença. Simplismente é um sitema mágicko. Por exemplo, nos dias de hoje há pessoas que usam elementos cristãos na feitiçaria, assim como no tempo da inquisição onde os “arqueiros feiticeiros” usavam imagens cristãs, as furando com suas flechas a fim de conseguiram algum objetivo. A feitiçaria é tão antiga que podemos citar o exemplo dos caçadores que pintavam em suas cavernas as suas caçadas, provavelmente para que tivessem sorte.

A Wicca então engloba o Paganismo como forma de crença, a Bruxaria como caminho iniciático e a Feitiçaria como prática mágicka.

Bençãos dos Deuses

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Instrução do Deus



Sou o radiante Deus dos céus, que inunda a Terra de valor, e guardo a semente oculta da criação, que irá germinar e manifestar- se. Levanto minha lança brilhante para iluminar a vida de todos os seres diariamente trago meu ouro à Terra, fazendo retroceder os poderes da escuridão.

Sou o senhor das coisas selvagens e livres. Corro pelo campo com o cervo e me elevo como o sagrado falcões nos céus resplandecentes. Os antigos bosques e lugares selvagens emanam meus poderes e os pássaros em vôo cantam a minha sacralidade.

Sou a última colheita, que oferece frutos e grãos para que todos se alimentem. Porque sem plantio não há colheita, sem inverno não há primavera.

Adorem-me como o Sol da Criação, de mil nomes, o espírito do Cervo Astado, a colheita sem fim. Vejam no ciclo anual dos festivais meu nascimento, morte e renascimento e saibam que esse é o destino de toda a criação.

Sou a centelha da vida, o Sol radiante, o Doador de paz e do descanso e envio meus raios para abençoá-los, iluminando os corações e fortalecendo as mentes de todos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A CELEBRAÇÃO DOS CICLOS NATURAIS



por Jan Duarte


Existem inúmeros ritos relacionados com o paganismo, de uma forma geral, e particularmente com a bruxaria. Muitos deles são bastante pessoais, ou relacionados a tradições específicas mas, de maneira geral, pode-se dizer que toda a ritualística acaba
centrando-se na idéia de comemoração dos ciclos naturais.

A celebração dos ciclos naturais é certamente uma das formas mais antigas de rito humano. O caráter cíclico da natureza foi reconhecido pela espécie humana há muitos milênios, e a própria sobrevivência da espécie foi relacionada a esses ciclos. Quando
dependíamos da caça e da colheita, era vital acompanhar as manadas em seus deslocamentos sazonais, conhecer os momentos propícios para colher os frutos ou armazenar alimento. Depois, com o desenvolvimento da agricultura, o conhecimento desses ciclos passou a ser ainda mais essencial.

A idéia de celebrar, de comemorar a passagem dos ciclos naturais, era encarada pelos nossos antepassados como uma verdadeira forma de preservá-los. Na filosofia pagã, o Homem e a Natureza são indissociáveis e, portanto, mutuamente responsáveis pela sua preservação. Celebrar os ciclos, ou os seus vários momentos, era um modo de mostrar à Natureza (e às divindades naturais) a gratidão, de expressar a alegria pelos dons recebidos e, em vários momentos, de devolver à Terra aquilo que por ela era proporcionado. Magicamente, a celebração dos ciclos naturais possuía o caráter retributivo, ou seja: ofertava-se à Natureza o fruto do trabalho, para garantir que este fruto seria sempre colhido. Que o equilíbrio natural se preservaria e o suceder das fases seria contínuo.

Cerimônias que reverenciam os ciclos naturais são diversas, e presentes em todas as culturas. Surgem na forma de festivais de plantio e colheita, de festividades de Lua Cheia e de ritos de passagem, que marcam momentos da vida da comunidade e dos seus membros. Mas, seja qual for o caráter específico, a idéia de integração é constante. O indivíduo deve se integrar à comunidade através do rito de passagem, o que garantirá que a última terá sua sobrevivência assegurada pela preservação de seus costumes. E a comunidade se integra à Terra pelo festival sazonal, o que garante a sobrevivência da espécie e da própria Terra.
A celebração dos ciclos encerra em si um ciclo. O adulto passa o conhecimento para o jovem, o ancião para o adulto e, no rito final do sepultamento, o conhecimento passa a fazer parte da memória coletiva da tribo, por meio da figura do ancestral.

Dentro do neopaganismo, uma das tradições que melhor expressa a idéia do ciclo, mitologicamente, nos foi transmitida pelos povos que habitavam a Europa Ocidental pré-cristã, e está sintetizada na Roda do Ano. Como veremos adiante, embora a Roda do Ano tenha os seus similares em praticamente todo o mundo, foi esse mito em particular que acabou por influenciar toda a ritualística ocidental, ao ser absorvido e sincretizado pela cristandade.

A Roda do Ano é basicamente formada por oito celebrações, ou festivais sazonais. Modernamente, esses festivais são chamados de sabás, por influência do trabalho de Gardner e outros, os quais por sua vez se embasaram, na década de 1950, no trabalho de Margaret Murray. Essa, no seu "The Witche's Cult in Western Europe" propôs que os sabás das bruxas, conforme descritos pela Inquisição, eram na realidade os resquícios de uma antiga religião da bruxaria, existente na Europa pré-cristã. Hoje em dia essa teoria é considerada incompleta ou simplesmente errônea, por ter se baseado principalmente em documentos da Inquisição, e assim tomar como verdade fatual confissões obtidas sob tortura. Muitos outros estudos foram feitos, igualmente, que revelaram
por Jan Duarte.o real caráter das festividades que constituíam a Roda do Ano, mas o nome "sabá" acabou ganhando notoriedade pra designá-las, por isso continuarei a utilizá-lo, aqui.

Os oito sabás têm duas origens distintas. Quatro deles são celebrações antiquíssimas, que remontam aos tempos em que a humanidade começou a sistematizar suas observações astronômicas, e os outros quatro, se não se pode atribuir a eles a mesma antiguidade, estão diretamente relacionados a antigos ritos celebrados pelos celtas, apesar de aparentemente remontarem ainda a seus antepassados. Paradoxalmente, esses últimos são considerados os Grandes Sabás, ao passo que os outros quatro constituem os Sabás Menores, mas o motivo para isso ficará claro mais adiante.

Os quatro Sabás Menores são, portanto, celebrações dos equinócios (os dias do ano em que o dia e a noite têm a mesma duração) e dos solstícios (o dia mais longo e a noite mais longa do ano). Os quatro Grandes Sabás são festas que marcavam a passagem do ano celta, e eram realizadas, aproximadamente, no dia médio entre os equinócios e solstícios. De qualquer forma, a sucessão dos oito sabás e as tradições a eles associadas constituem, em seu conjunto, um mito que passaremos a narrar. Esse mito tem origem européia, e está profundamente ligado às variações sazonais daquele continente (o que discutiremos depois), mas, nesse ponto, o que nos interessa, realmente, é o seu simbolismo, e este é aplicável a qualquer lugar do planeta.

O Mito da Roda do Ano

O mito da Roda do Ano está centrado nas figuras do Deus e da Deusa. Estes representam os princípios fundamentais da natureza, sendo portanto deuses sem nome, ou deuses com muitos nomes, assumindo, no decorrer da narrativa, diferentes características particulares. Mas, de uma forma geral, Ela é a própria Terra, a mãe dos frutos e das dádivas naturais, enquanto Ele é o Sol, o princípio do qual a vida depende para desenvolver-se. Ela é perene, apesar de mutável, e Ele é antes mutável do que perene.

Embora, como o próprio nome diz, a história seja cíclica, não se podendo, portanto, distinguir exatamente um início ou um fim, devemos escolher um ponto de partida. Que este seja, portanto, o final do inverno, quando, segundo o mito, tanto a Deusa quanto o Deus são pueris. A terra começa a livrar-se do peso da longa noite invernal, da estação infrutífera, ao passo que o sol, brilhando timidamente no céu, mal consegue aquecê-la. Nesse momento, tanto a Deusa quanto o Deus são crianças, frágeis como o próprio equilíbrio natural, no início de um novo ciclo.

No próximo momento, a primavera instaura-se. O sol começa a ganhar força e calor, permanecendo por mais tempo no céu, ao passo que, na terra, as flores abrem-se, aptas à fecundação e prometendo os frutos que virão. É a estação juvenil e o tempo de fertilidade, onde o Deus e a Deusa são adolescentes, jovens prontos a se conhecerem e cheios do impulso sexual que os atrai e garante a perpetuação da natureza. Tempo de paixões, quando a bela Rainha da Primavera e o fogoso Gamo-Rei se conhecem e se apaixonam.

O tempo passa e agora, com a proximidade do verão, as sementes estão plantadas. A terra está prenhe dos filhos do sol, e o casamento entre os dois consumou-se. No ápice do verão temos o sol pleno em sua força, e seu calor nutre e guarda seus filhos, que gestam no ventre da terra. Nesse momento o Deus é o homem maduro, o guerreiro, o provedor e o protetor, enquanto a Deusa é a futura mãe.

À plenitude somente pode seguir-se o ocaso e, ao aproximar-se o outono, os dias tornam-se progressivamente mais curtos. As primeiras colheitas acontecem, aquelas que trarão do ventre da Deusa os frutos de consumo imediato, aqueles que alimentarão os homens.nos tempos de bonança. O Deus é o sábio e contido Rei do Azevinho, crescendo em sabedoria conforme sua força física diminui.

Estando instalado o outono e aproximando-se o inverno, os dias encurtam-se cada vez mais. O sol brilha, a cada dia, menos tempo no céu, e seu calor diminui. A terra concede aos homens seus últimos frutos, justamente aqueles que possibilitarão a sobrevivência durante a longa noite que se avizinha. No entanto, o grande mistério revela-se aqui. A criança que gesta no útero da Deusa é o próprio Deus, que conforme perde a sua força à vista dos homens, cresce no ventre da Mãe, assegurando o eterno ciclo de morte e renascimento.

E o auge do inverno chega. Debilitada, enfraquecida pela longa gestação, a Deusa recolhe-se às profundezas, preparando-se para parir seu filho divino. A longa noite invernal instaura-se, com a morte do Deus e, quando os dias são os mais curtos do ano, ao ocaso só pode sobrevir um novo início. Assim, a Grande Mãe, recolhida ao seu leito puerperal, dá à luz aquele que virá a ser seu consorte, e o Deus renasce como criação por ele mesmo engendrada. Um novo ciclo começará.

Yule, o Solstício de Inverno


O sabá comemorado na noite mais longa do ano é o sabá do renascimento. É interessante reparar que essa época do ano, para inúmeras religiões, está associada ao nascimento de seu Deus, de alguma forma. A verdade é que a associação do renascimento à noite mais longa do ano é bastante natural, posto que ela é o ápice da estação fria e, a partir daí, os dias começarão a alongar-se e a natureza progressivamente se revitalizará.

No hemisfério norte, o solstício de inverno ocorre próximo ao Natal cristão. Essa data, em especial, foi uma das mais sincretizadas pela cristandade, podendo mesmo ser afirmado que a "data de nascimento" de Jesus foi convencionada para se ajustar ao solstício. Basicamente todos os símbolos associados ao Natal têm origem pagã e refletem justamente aqueles elementos naturais que permanecem vivos ao longo do inverno, ou que mantém os homens durante esse período. Assim, temos o pinheiro, que se conserva verde durante o inverno, e as frutas secas, as nozes e outros alimentos bastante calóricos e de fácil conservação.

A celebração do Yule pode parecer dúbia, por se situar numa época do ano que incita ao recolhimento, principalmente nos lugares de clima mais frio, e ser a alegre celebração do nascimento do Deus. No entanto, deve-se ter em mente que ela é o início de uma fase de recuperação e crescimento, e é justamente isso que se saúda. Um antigo costume reza que as cinzas da fogueira acesa na noite do Yule devem ser espalhadas pelos campos, o que nos traz justamente o espírito desse sabá. O calor, simbolizado pela fogueira, está preste a retornar e, ao espalhar as cinzas dessa fogueira, a idéia é que o sol venha fertilizar a terra, na primavera
vindoura.


Imbolc


Como vimos, os solstícios e equinócios marcam o auge das estações, apesar de serem atualmente considerados como o início destas. Assim, o sabá Imbolc comemora a chegada da primavera e o final do inverno. Temos ainda as noites mais longas que os dias, mas o ciclo de aquecimento, a metade clara do ano, já começou.

O Imbolc é o festival do fogo, representando o Deus que começa a crescer e, com o seu calor, prepara a fertilidade da terra. Entre os Celtas, comemorava-se a Deusa Brigid,divindade do fogo, com procissões onde os participantes portavam tochas. Tradicionalmente, também, fazia-se (e faz-se) a limpeza ritual dos locais de culto, simbolizando que as reminiscências negativas do ciclo anterior deviam ser apagadas, para que um novo ciclo de vida instale-se.

Em relação a este sabá, várias considerações interessantes podem ser feitas. Da deusa Brigid diz-se que teria nascido exatamente ao nascer do sol, e uma grande torre de chamas teria se elevado aos céus do topo de sua cabeça. Diz-se também que sua respiração traria nova vida para os mortos. Eis aqui claras alusões ao retorno do sol, após o inverno. É interessante
também notar que aproximadamente nesta data os Astecas celebravam o seu ano-novo, onde vemos mais uma alusão a um período de reinícios. A alegria pelo final do inverno também transparecia nas Lupercalia romanas, que vieram depois dar origem ao Carnaval. Comemorado no hemisfério norte a 2 de fevereiro, essa data ficou marcada para a cristandade como a purificação de Maria - a idéia da limpeza ritual - e como a apresentação.de Jesus no Templo - a idéia do Deus que deixa a infância - em mais uma tradução cristã dos ritos pagãos.


Ostara, o Equinócio de Primavera


O sabá do equinócio de primavera tem o seu nome derivado da Deusa Eostre, deusa saxônica da fertilidade, cujos símbolos eram o ovo e o coelho. É portanto, um festival de fertilidade, um festival de plantio, onde se pediam as bênçãos para a germinação das sementes recém-plantadas.

Pela tradição da Roda do Ano, poderia-se dizer que em Ostara anula-se de vez a imagem da Deusa como mãe e do Deus como filho. A face de mãe ou de anciã da Deusa, que prevalecia até aqui, é substituída pela face da donzela, pronta a assumir seus atributos sexuais, como a própria terra a ser semeada. O Deus por sua vez, encontra-se aqui na figura do jovem vigoroso, apesar de ainda não apresentar a plena força e maturidade. A duração igual de dias e noites, alcançada neste sabá, é mais uma noção a ser levada em conta, visto que pode ser tida como o próprio equilíbrio da natureza se restabelecendo. A partir daqui o Sol e a Terra caminharão juntos, como casal divino.

O simbolismo do ovo e do coelho, citado, foi assimilado pelos cristãos na festa da Páscoa, perdendo parte do seu significado original. Convém lembrar, no entanto, que os cristãos celebram nesta época a ressurreição de Jesus, e que a lebre é um antigo símbolo de ressurreição. Da mesma forma, diz-se que Jesus morreu como Filho, tendo ressuscitado como Deus - o que tem um inegável paralelo com a situação descrita para o Deus pagão, que nesta época deixa de ser o filho divino da Deusa e torna-se seu futuro deus-consorte.

Este sabá e o próximo são dos poucos que preservaram, no hemisfério sul, comemorações independentes das datas estabelecidas no hemisfério norte, fora do meio pagão. O equinócio de primavera, aqui, acontece em setembro, e existem inúmeras comemorações no Brasil nessa época que, de uma forma ou de outra, remetem a antigos ritos pagãos, como o próprio costume de eleger-se nas escolas uma Rainha da Primavera.

Beltane


Beltane representa a transição entre a primavera e o verão e simboliza a consumação da união sexual entre a Deusa e o Deus. Poderia-se mesmo dizer que o verão, estação da frutificação, começa a manifestar-se aqui, para atingir o seu ápice no próximo solstício.

Toda a simbologia do Beltane tem, inegavelmente, um cunho sexual. Enquanto em Ostara a fertilidade era apenas palpável e desejada, aqui ela se transforma em ato, representando que o calor do sol penetrou na terra para nela engendrar seus frutos (plantio). Embora diversos costumes da celebração de Beltane tenham subsistido e sido assimilados pelo ocidente cristão, estranhamente as celebrações típicas de Beltane, que ocorrem em 1º de maio no hemisfério norte, foram empurradas pela cristandade para o mês seguinte, dando origem às festas juninas. As fogueiras de Beltane subsistiram nessas festas,
bem como o costume de pulá-las. Os Maypoles, em torno dos quais dançava-se, tornaram-se os mastros dos santos católicos. Mesmo a adivinhação, que costumava ser praticada nesse festival, manteve-se na tradição popular, pois é comum acreditar-se que as moças solteiras, nas noites de festa dos santos "casamenteiros", poderão visionar seus "futuros maridos".

Talvez esse deslocamento da data para o mês seguinte tenha origem na tradição celta que proibia casamentos no mês de maio, por ser este consagrado unicamente ao casamento da Deusa e do Deus. Dessa forma, nada mais natural que o mês seguinte fosse dedicado aos casamentos e, posteriormente, aos santos casamenteiros. Por outro lado, a celebração do.casamento divino ficou indelevelmente marcado, pois paradoxalmente hoje maio é considerado o Mês das Noivas pelos cristãos, e o mês dedicado a Maria (a esposa-divina).

Outro aspecto interessante a ser lembrado é que o 1º de maio é, hoje, comemorado internacionalmente como o Dia do Trabalho. Lembrando-se que o Beltane era um festival de plantio, a associação entre agricultura e trabalho é bastante notável, visto ter sido esta atividade um dos primeiros trabalhos organizados do homem.


Litha, o Solstício de Verão


O dia mais longo do ano marca o auge do poderio do sol. Em Litha, o Deus atinge a maturidade e prenuncia o seu declínio, ao passo que a Deusa, grávida, assume a face da futura mãe. Como no solstício de inverno, o solstício de verão marca uma pausa, um momento de repouso entre as duas metades da Roda do Ano. Aqui, o período não é o repouso forçado pelo inverno, mas sim o repouso prazeroso do verão, o intervalo entre o plantio e a colheita. É de se notar que até hoje, se considerarmos os calendários escolares, teremos férias justamente nesses dois períodos (auge do inverno e auge do verão).

Segundo uma das tradições ligadas ao solstício de verão, esse seria o momento em que o Rei do Carvalho, aspecto do Deus que reinou durante a primeira metade do ano (a fase de crescimento, ou seja, do nascimento à maturidade), seria derrotado e substituído pelo Rei do Azevinho, que governará a outra metade (da maturidade à morte). Há aqui um interessante sincretismo, apontado por Robert Graves, conforme citado por Stewart Farrar em A Witches' Bible. Ocorrendo sempre em torno de 20 de junho, no hemisfério norte, a data deste sabá praticamente coincide com o Dia de São João Batista. É interessante notar que, segundo a mitologia cristã, João Batista, o feroz pregador, foi substituído em sua missão por "aquele que veio depois dele", ou seja, o sábio e manso Jesus. Eis aqui, portanto, assimilada pelos cristãos a derrota do impetuoso Rei do Carvalho pelo
sábio Rei do Azevinho.


Lammas


O Lammas é o sabá que comemora a chegada das primeiras colheitas, juntamente com o outono. Marca, portanto, a chegada dos primeiros frutos da Mãe-Terra que alimentarão os homens, bem como a transição do Deus-Sol para o papel de protetor e provedor. Convém lembrar que o termo Lammas já é um nome um tanto moderno (e mesmo cristianizado) para esse sabá, motivo pelo qual eu diria que ele foi antes absorvido do que anulado, mantendo-se vivo entre a cristandade na forma de inúmeros festivais de colheita, em todo o mundo ocidental.

Na antiguidade pré-cristã, porém, era conhecido e celebrado como Lughnasadh. Este festival era dedicado ao deus Lugh, deus guerreiro associado ao sol, que teria tido importância decisiva na vitória dos Thuatha De Dannan sobre os Fomorianos (duas tribos míticas que haveriam povoado a Irlanda). Uma das lendas associadas a Lugh conta que ele teria poupado a vida do chefe inimigo Bres, em troca do segredo de arar a terra, semear e colher. Eis aqui, portanto, uma referência direta à agricultura neste festival, mesmo em sua forma mais ancestral. Uma outra tradição ligada ao Lammas era o costume de se atear fogo a uma roda de
madeira e fazê-la rolar colina abaixo. Essa prática representava a descida do sol, o encurtamento progressivo dos dias, significando que o Deus entrava em sua fase de decadência.

Mabon, o Equinócio de Outono


O Mabon é o festival da segunda colheita, ou ainda do encerramento da colheita iniciada em Lammas. Aqui se colhiam os alimentos que garantiam o sustento durante o inverno, bem como se sacrificavam aqueles animais domésticos que não resistiriam à próxima estação, consumindo-se ou conservando a sua carne.

De uma forma geral, pode-se dizer que, apesar da aproximação do tempo de privação, o Mabon seria o momento de maior fartura de todo o ano, estando as colheitas completas e o alimento estocado. Dessa forma, a celebração do Mabon resulta num agradecimento pelas dádivas proporcionadas pela Deusa e pelo Deus no decorrer do ano.

No Mabon, temos novamente o equilíbrio entre o dia e a noite, significando aqui que ambos os aspectos entram em sua fase final. O Deus encaminha-se para a morte próxima, enquanto a Deusa assume seu aspecto de anciã, preparando-se para a jornada no mundo interior, onde passará o inverno aguardando o nascimento de seu filho. Apesar da origem do nome do sabá ser celta, o folclore do Mabon remete à lenda grega de Perséfone, que conta que esta deusa passava metade do ano proporcionando a fertilidade dos campos e outra metade do ano no Hades (mundo interior) em companhia de seu marido. A época do equinócio de outono era justamente o início do período do ano em que ela morava no submundo. Na Grécia, nessa época, eram celebrados os Ritos de Elêusis, talvez o mais importante festival religioso grego, que perdurou por mais de 2000 anos.

Na cristandade, essa data é dedicada ao arcanjo Miguel, considerado pelos cristãos o vencedor de Lúcifer. É interessante notar que uma das lendas celtas associadas ao Mabon contava que, no equinócio de outono, o deus Lugh (o sol, a luz) era derrotado por seu irmão gêmeo, o deus da escuridão Tanist. De uma maneira ou de outra, surge aqui a idéia da noite sobrepondo-se ao dia.


Samhain


Considerado o sabá mais importante, o Samhain, mais tarde conhecido como Halloween, marcava o final do ano celta. Num aspecto puramente prático, isto significaria que as colheitas estavam encerradas, os animais domésticos guardados em seus abrigos de inverno, e as provisões estocadas. No aspecto místico, no entanto, esta data é carregada de significações.

Apesar do Samhain ser celebrado como o final do ano, muitos povos antigos não comemoravam o início de um novo ano até o próximo Yule, considerando esse período entre os dois sabás como sendo um tempo fora do tempo, um período de suspensão da vida, repleto de magia e de perigos. A relação com os perigos do inverno, com o recolhimento exigido nos países de clima frio nessa estação, com a duração das longas noites invernais, é patente. O próprio nome gaélico significa, literalmente, "fim do verão", evocando o final dos dias de calor. O momento de maior fartura relativa, em todo o ano, marcava igualmente o momento de maior comedimento, já que os estoques deveriam durar até a próxima primavera.

Na noite de Samhain, considerava-se que o véu entre os mundos estaria em seu momento mais tênue, possibilitando a comunicação com os antepassados. Lanternas eram acesas e colocadas nas janelas, para guiar os que já partiram até suas antigas casas. As mesas eram postas com lugares extras para os antepassados, comida era ofertada. A própria celebração do sabá tem a característica de ser um misto de pesar pela morte e alegria pelo renascimento vindouro - refletindo o que seria o momento da morte do Deus solar e do auto-exílio da Deusa no submundo, aguardando o seu retorno.

Essa dualidade do Samhain nos fala justamente do tema central da Roda do Ano, da revelação do mais profundo dos mistérios. O momento da morte do Deus é o momento do.conhecimento que ele gera a si mesmo, pois é ele a criança que gesta no útero da Deusa e nascerá no Yule. O simbolismo da perpetuação da vida, da cadeia circular que se auto-sustenta, da natureza que é inextinguível pois está continuamente gerando a si própria, se expressa aqui tanto no plano divino quanto no plano humano. Somos eternos pois aqueles que partiram continuam vivos em sua descendência, e poder-se-ia dizer que o encontro com nossos antepassados é o próprio encontro com nossos filhos.

Ecos desse festival estão ainda bastante presentes no imaginário popular. O Dia das Bruxas, o Halloween, tão tradicional nos países de língua inglesa, mostra-nos isso na forma de crianças fantasiadas de seres fantásticos - fantasmas - o que seria uma forma distorcida de se interpretar os antepassados mortos e mesmo, como dissemos acima, de representar as crianças como continuadoras da presença dos que se foram. A tradição cristã associou à data tanto o Dia de Todos os Santos (01/10) quanto o Dia de Finados (02/10). Pode se ver nas duas celebrações cristãs o culto aos antepassados, tanto na forma de "santos" quanto na forma direta.

A Celebração dos Sabás -Hemisfério Norte ou Hemisfério Sul?

Ao apresentar o simbolismo de cada um dos sabás, por diversas vezes eu me referi às datas em que estes são celebrados no hemisfério norte. Houve uma razão específica para isso, que foi demonstrar de que forma estas datas foram assimiladas por nossa cultura e como elas se transformaram ou vieram a dar origem a festividades cristãs, já que a cristandade também se desenvolveu no hemisfério norte.

No entanto, surge aqui uma polêmica. Quando apresentamos os primeiros gráficos, falamos na inversão das estações do ano entre os dois hemisférios da Terra. Em termos rituais, isso significa que enquanto no hemisfério sul temos a fase do ano de crescimento e amadurecimento do Deus (conforme os dias se alongam), no hemisfério norte o contrário se dá: os dias se encurtam e temos a fase de decadência e morte do Deus. Exemplificando: enquanto no hemisfério sul temos o solstício de verão, o dia mais longo do ano, no hemisfério norte, na mesma data, é o solstício de inverno e a noite mais longa do ano. Enquanto aqui, segundo o mito, o Deus está na plenitude de suas forças e a Deusa está grávida, lá o Deus acabou de nascer.

Seria portanto coerente comemorar o mesmo sabá aqui e lá? As opiniões se dividem. Temos aqueles que pregam a adoção de um calendário único, seguindo o ritmo das estações do hemisfério norte; temos aqueles que defendem a realização de cerimônias mistas, onde ambos os aspectos sejam lembrados; e temos aqueles que afirmam que deverá ser adotada a celebração dos sabás de acordo com o ritmo sazonal da região onde se vive.

Os defensores da padronização pelo hemisfério norte alegam que as raízes da bruxaria foram estabelecidas naquele hemisfério, que o simbolismo utilizado nos sabás refere-se à vegetação e aos animais típicos dos países do norte e, ainda, que os sabás vêm sendo comemorados há milhares de anos naqueles lugares, o que fixaria a energia destas datas na forma que elas lá se apresentam. Citam ainda o fato que o ano civil e suas comemorações estão historicamente atrelados, como vimos, às datas do hemisfério norte.

Aqueles que defendem a celebração de sabás híbridos, misturando elementos do hemisfério norte e do hemisfério sul para cada data, a meu ver, procuram apenas uma espécie de "acomodação política". Estes normalmente argumentam que, em países como o Brasil, a diferença entre as estações do ano não é nitidamente marcada como na Europa, ocorrendo coisas como dias de sol e calor em pleno inverno.

Particularmente, não concordo com uma posição nem com a outra. Atrelar as datas dos sabás ao hemisfério norte me parece contradizer o próprio espírito destas comemorações. Se o que buscamos é a sintonia com a natureza, como poderemos desprezar o que se passa à nossa volta e nos conectarmos com o que ocorre em outra parte do planeta? O argumento que tais cerimônias teriam se originado na Europa me lembra, por exemplo, as missas rezadas em latim. O que é mais importante? A compreensão e a sintonia com os elementos da celebração ou a tradição?

O simbolismo típico do hemisfério norte, na forma de árvores, frutos, cereais e animais típicos daquela região me parece apenas falta de imaginação e, mais uma vez, tradicionalismo inócuo. Da mesma forma que lá, temos aqui inúmeras espécies nativas que
bem simbolizam cada época do ano, basta querer aproveitá-las. Nunca é demais lembrar que o que celebramos é a natureza e que o Deus e a Deusa não são ilustres cidadãos europeus, mas sim a própria representação da natureza. Logo, olhemos à nossa volta para buscá-los e não para milhares de quilômetros de distância..Argumentos baseados no ano civil caem no mesmo vazio. Dizer que seria estranho, por exemplo, celebrar o nascimento do Deus em junho, como se isso fosse uma espécie de Natal fora de época, apenas me faz pensar num demasiado apego a tradições cristãs. O Yule não é o Natal, e isso deve ficar bem claro. O Natal é uma festa cristã que, no hemisfério norte, ocorre na mesma época do Yule e, por ter sido criada a partir de símbolos pagãos (como explicamos) tem basicamente a mesma simbologia.

A adoção de uma religião pagã não significa o combate ou o desrespeito aos preceitos do cristianismo, mas significa, de uma forma ou de outra, a necessidade de rompimento com estes. O mundo cristão comemora o ano-novo em dezembro, por exemplo, mas chineses, judeus e outros povos não o fazem. Além disso, poder-se-ia perguntar aos defensores da egrégora, do estado de espírito característico a cada celebração, se estes se sentem dispostos ao recolhimento em seus lares em pleno verão! Ou se acham interessante comemorar alegremente o calor do verão, a fertilidade, tremendo de frio num Litha numa noite de junho...

Basear-se na pouca diferenciação entre as estações do ano é prender-se a apenas um aspecto da Roda do Ano, justamente aquele que é ligado ao efeito e não à causa. Os efeitos são verificáveis no corpo da Deusa (a terra), mas são causados pelo Deus (o sol). Ou seja: além de tal diferenciação variar grandemente de acordo com a localidade que se leva em conta, ainda há o inegável fato que a variação da duração dos dias, por menor que seja, existe e segue o padrão que expusemos. O dia mais curto do ano, no hemisfério sul, dá-se em junho e não em dezembro.

Portanto, não vejo outra alternativa mais correta, quando se opta por seguir as celebrações da Roda do Ano, do que fazê-lo da maneira que ela se apresenta no local onde vivemos. O próprio fundamento do paganismo é o contato, a interação com a natureza. As bases da crença nos dizem que fazemos parte da Natureza e somos responsáveis pela sua manutenção e pela sua eterna recriação. De que forma poderemos nos sentir assim se, logo de princípio, nos apartamos do momento atravessado pela natureza que nos cerca, ignorando as estações do ano em nosso próprio local de moradia?

Da mesma forma, entendo que a celebração dos sabás deverá, na medida do possível, utilizar elementos que estejam presentes no nosso cotidiano, que simbolizem o momento da Roda do Ano como ele se apresenta onde vivemos. Por mais eficiente que um símbolo possa ser em sua região de origem, ele não terá necessariamente a mesma eficiência em outras regiões. Que significado poderia ter um pinheiro, como símbolo da permanência da vida durante o inverno, para um nativo de uma ilha do pacífico, que nunca viu um pinheiro?... É preciso ter em mente que a utilização de um determinado símbolo, seja ele um fruto, um grão ou um animal, tem um significado próprio dentro de uma celebração. Cabe a nós representar esse significado de uma forma que seja por nós compreendida, não apenas repetir o que nos foi apresentado por uma tradição, senão estaremos apenas repetindo velhas
fórmulas e insistindo em criar dogmas.

Retirado de: www.mitoemagia.hpg.com.br

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Magia das Árvores


As árvores são, desde tempos imemoriais, associadas à magia. Esses vigorosos membros do reino vegetal podem durar até mil anos, elevando-se muito acima de nossas cabeças mortais. São, portanto, símbolos de poder ilimitado, longevidade e eternidade.

Uma floresta virgem, salpicada de árvores de todas as idades, tamanhos e formas, é mais do que um local mágico, misterioso: é um dos reservatórios de energia da Natureza. Dentro de seus limites há antigas e novas sentinelas, guardiões da força universal que se manifesta na Terra na forma vegetal.

Assim sendo, uma floresta é um local excelente para praticar magia de qualquer espécie, não apenas magia de Árvores. Mas qualquer árvore, em qualquer lugar do mundo, pode ser utilizada nas técnicas e encantamentos aqui discutidos. Como cada tipo de árvore possui poderes peculiares, estes serão comentados após a apresentação das técnicas.

Tenha sempre em mente que a magia das árvores não precisa se limitar a estas espécies de árvores, pois todas possuem seus próprios poderes inerentes, os quais variam de uma para outra. Experimente!

Todas as árvores, a não ser as venenosas (como o teixo e a cicuta), são excelentes para a magia de cura. Qualquer árvore pode ser utilizada para livrá-lo de uma dor de cabeça e fornecer-lhe energia, ou para revelar-lhe o futuro. Somos limitados apenas por nossas próprias ações e mentes.

É importante falar com toda(s) árvore(s) com que esteja praticando magia. Diga-lhe(s) exatamente qual é a sua necessidade. Explique para elas o porquê da necessidade e sua urgência. As árvores são entidades vivas, capazez de se comunicar nos planos mais sutis da percepção.

Portanto, mesmo que alguns velhos encantamentos nos instruam a martelar pregos em árvores, por favor, não o faça. Isso não apenas danifica e causa dor à árvore, como é absolutamente desnecessário, pois há outras técnicas disponíveis.

Alguns destes encantamentos requerem a marcação de símbolos em árvores. Um bastão que tenha uma das pontas queimada é ótimo, pois o carvão funcionará como o grafite de um lápis. Pratique até adquirir a habilidade necessária.


Um Encantamento com Árvore

Após encontrar uma árvore para praticar magia, pegue uma folha grande, um bastão queimado numa das pontas, um pedaço de cipó ou linha de fibra natural e uma moeda.

Sentado sob a árvore, escreva ou desenhe um símbolo de sua necessidade com o bastão.

Erga-se e caminhe ao redor da árvore nove vezes, no sentido horário, dizendo as seguintes palavras ou semelhantes:

ANTIGO SER DA ANTIGA TERRA,
MAIS VELHO DO QUE O TEMPO PODE CALCULAR,
CONCEDA-ME O PODER A SEU DISPOR
PARA QUE EU CARREGUE MEU ENCANTAMENTO DE MAGIA.

Repita quantas vezes forem necessárias até que tenha completado as nove voltas ao redor da árvore.

Ao terminar, amarre a folha ao redor do tronco o mais forte possível com o cipó ou linha. Se não conseguir, amarre-a num dos galhos.

Quando tiver certeza de que a folha está bem presa, apanhe a moeda e enterre-a ao pé da árvore, como pagamento por sua ajuda. Afaste-se da área e deixe a árvore fazer sua parte.

Se, ao retornar à árvore, a folha não mais estiver lá, não se preocupe. As forças já estão atuando.


Encantamentos de Cura com Árvores

Apesar de o encantamento mencionado poder ser utilizado para qualquer necessidade mágica, as árvores há muito são procuradas para auxiliar em curas, e portanto existem muitas fórmulas que podem ser usadas.

Para Curar

Amarre uma fita vermelha ao redor do pescoço do paciente pouco antes de ele ir dormir. Pela manhã, desamarre imediatamente a fita e amarre-a novamente ao redor do tronco ou galho de uma árvore, transferindo assim a doença para ela. A árvore enviará a doença para a terra. Não se esqueça de deixar uma oferenda, em agradecimento, aos pés da árvore.


Uma Cura

Procure uma árvore forte, particularmente saudável e vibrante, de galhos finos e flexíveis. Quando estiver doente, vá até a árvore e dê um suave nó em um dos ramos. Não danifique a árvore, apenas dê o nó sem aperta-lo, de modo que ele mantenha sua forma.
Peça à árvore ajuda para cura-lo. "Derrame" o mal ou a ferida no nó, visualizando-o detalhadamente por alguns minutos.
Desamarre a seguir o nó novamente com cuidado para não ferir a árvore. Isto libertará o mal e fará com que afunde na terra. Enterre uma oferenda ao pé da árvore.

Para Curar Dor nas Costas

Dê nove voltas ao redor da árvore no sentido horário, pedindo-lhe que alivie sua dor, dizendo palavras como as que seguem:
Ó GRANDE ÁRVORE, Ó ÁRVORE PODEROSA,
ABSORVA MINHA DOR PARA QUE ME SINTA LIVRE.
Encoste suas costas no tronco firme e sólido; aperte-as contra a casca da árvore. Sinta-a absorvendo sua dor enquanto suas costas passam a dor para a árvore.
Após alguns minutos, levante-se e agradeça à árvore enterrando algo precioso em sua base.


Para Livrar-se de Um Mau Hábito

Faça um desenho de si próprio ou do mau hábito numa folha ou pedaço de casca. Leve-o a uma árvore adequada e enterre-o entre suas raízes. Deixe uma oferenda para a árvore no buraco juntamente com a folha ou casca e cubra. Derrame um pouco de água naquele ponto e está feito.


Para Recuperar Energia Perdida

Sente-se de costas para o tronco da árvore e deixe que a energia ilimitada da árvore flua para dentro de você. Excelente se esteve caminhando por longas distâncias.


Para Adivinhar o Futuro

Deitado sob árvores copadas, relaxe e observe o mutante dossel verde acima de você. Note os padrões aleatórios formados pelo suave puxar e empurrar do vento sobre as folhas. Isto deve ser o suficiente para levá-lo a um estado de torpor onde se abrirá fisicamente e receberá mensagens a respeito de questões que porventura tenha.


Um Encantamento de Amor com Árvores

Numa pequena folha, faça uma imagem de si mesmo. Em outra, faça uma imagem do tipo de pessoa que deseja encontrar. Com uma linha verde, costure unindo as duas imagens frente a frente e aperte bem a linha.

Vá até uma árvore que emita vibrações amorosas e encontre uma fenda ou buraco natural na árvore (não faça um). Se nenhum for encontrado, talvez o local de união de um galho ao tronco sirva, desde que seja seguro.

Encaixe as folhas firmemente na fenda, dizendo:

ÁRVORE DE TERRA, ÁGUA, AR E FOGO,
CONCEDA-ME O AMOR QUE DESEJO.

Enterre sete centavos em sua base e pronto, está feito.

As árvores com as quais estabelece relacionamentos de magia são preciosos; visite-as constantemente, mesmo quando não for praticar nenhuma magia. Quando chegar ao ponto em que aceitará essas árvores como amigas, terá formado um elo poderosos entre você, a Terra e mesmo além disso.


Os Poderes Mágicos das Árvores

Álamo: Proteção.
Amendoeira: Adivinhação. Clarividência. Sabedoria. Dinheiro. Empréstimo. Negócios.
Amoreira: Sabedoria. Adivinhação. O desejo.
Avelãzeira: Adivinhação. Casamento. Proteção. Reconciliação.
Bétula: Proteção. Purificação. Fertilidade. Novos recomeços.
Bordo: Adivinhação. Amor.
Carvalho: Cura. Força. Dinheiro. Longevidade.
Cedro: Prosperidade. Longevidade.
Cicuta: Não recomendada.
Cipreste: Trabalhos de vidas passadas. Proteção.
Coqueiro: Pureza. Castidade. Cura.
Damasqueiro: Amor.
Estrepeiro: Limpeza. Casamento. Amor. Proteção.
Eucalipto: Cura.
Figueira: Fertilidade. Força. Energia. Saúde.
Freixo: Proteção. Magia do mar (quando executando aqueles encantamentos distante do mar).
Laranjeira: Amor. Casamento.
Limeira: Adivinhação. Cura. Castidade. Neutralidade.
Limoeiro: Adivinhação. Cura. Castidade. Neutralidade.
Macieira: Cura. Prosperidade. Amor. Juventude eterna.
Nogueira: Cura. Proteção.
Oliveira: Paz. Frutificação. Segurança. Dinheiro. Casamento. Fidelidade.
Olmo: Proteção.
Palmeira: Força.
Pessegueiro: Amor. Adivinhação.
Pinho: Purificação. Saúde. Sorte. Fertilidade. Prosperidade.
Sabugueiro: Cura. Proteção. Prosperidade.
Salgueiro: Cura. Proteção. Encantamentos. Desejos. Partos fáceis.
Sorveira: Proteção. Força.
Teixo: Não recomendada.
Tília: Proteção.
Zimbro: Proteção.

Fonte: 'Magia Natural: Rituais e Encantamentos da Tradição', de Scott Cunningham

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Óleo de banimento


Ingredientes:
* 3 ramos de arruda;
* 3 dentes de alho descascados;
* 1 xícara de azeite de oliva;
* sal marinho;
* 1 fita vermelha;
* 1 vidro com tampa de rolha.

Modo de fazer:
Macere num pilador a arruda e o alho. Em seguida acrescenta-se um pouco de azeite. Volte a macerar. Coloque a mistura no vidro e acrescente o restante do azeite. Coloque por último um pouco de sal marinho. Tampe o vidro com a rolha e amarre a fita vermelha no gargalo do vidro, dando três nós.

Este óleo deve ser utilizado em rituais de banimento de forças inimigas, na unção das velas. Sele as portas e janelas de sua casa com esse óleo, barrando assim as energias nocivas, expulsando todo o mal. Para banir feitiços inimigos e maldições, unja uma vela preta da base para o pavio e acenda-a, junto com um incenso de arruda. Invoque a Deusa Hécate, com o seguinte contra-feitiço:

HECATE LVCIFERA
DOMINA MALEFICARVM
LIBERA NOS A MALO

Caso saiba o nome de quem quer amaldiçoa-lo, coloque o nome dessa pessoa escrito em baixo da vela, dizendo o seguinte contra feitiço:

GLADIVS TVVM
INTRET IN CORDA TVA
ET ARCVS TVVM
CONFRICATVR

Em seguida, repita o primeiro contra-feitiço, concentrando-se no banimento do mal. Deixe a vela e o incenso queimarem até o fim. Sopre as cinzas ao vento.
É uma receita tradicional das Streghe, as Bruxas italianas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

OS DONS NA WICCA



Saudações Pagãs,

Muitas pessoas me perguntam sobre o que
seja os Dons na Wicca.
Como creio que seja de interesse de muitos outros,
peço permissão para colocar minhas observações
neste espaço.
Os Dons fazem parte dos Mistérios. E devemos entender
Mistérios aqui não como segredos, mas como algo que
vai além da leitura racional comumente usada pelo
homem. Falamos da leitura sensorial e mágica do mundo.
Leitura esta que nos faz entrar em contato
diferenciado com este e outros planos da realidade que
nos cercam. É pura Magia esta interação e vai
transformando nossas vidas em algo mágico.
É inclusive esta construção de linguagem que
pauta o Processo de Imersão na Wicca, ou para os
preferem, nas Tradição de linhagem gardneriana.
Esta imersão acontece a partir do momento que
começamos a desenvolver nossas capacidades psíquicas e
intuitivas. Estas capacidades são denominadas na Wicca
Dons da Deusa, por estarem associadas ao aspecto
feminino, assim como, a consciência e as faculdades
lógico-lineares, são denominadas Dons do Deus.
Como em tudo na Wicca, estes Dons buscam um no outro a
complementaridade. É através da nossa capacidade
consciente, lógico-linear (Dom do Deus) que poderemos
organizar e dar forma a subjetividade
psíquico-intuitiva (Dom da Deusa) e promover
realizações concretas neste plano.
São estes os Dons que existem na Wicca e
percebam que nada tem a ver com dons divinos,
aos quais alguns privilegiados trazem desde o
nascimento como
dito em religiões da natureza cristã ou similar.
Por sinal, é dificil dissassociar o termo Dom desta
conotação cristã, assim como muitos não
conseguem dissassociar a idéia de uma Deusa na
forma oposta de um Deus cristão acreditando ser
esta a visão wiccan, quiçá neopagã.
Mas são leituras que vão sendo desenvolvidas com
o tempo e construídas paulatinamente conforme o
amadurecimento espiritual daqueles que praticam o neopaganismo com sincera fé, determinação, alegria e disciplina.



Eu Sou Pagã


" Eu sou Pagã. Eu sou parte de toda a Natureza. As Pedras, os Animais, as Plantas, os Elementos e Estrelas são meus parentes. Outros humanos são minhas irmãs e irmãos, sejam quais forem suas raças, cores, sexo, orientações sexuais, idades, nacionalidades, religiões, estilos de vida. O Planeta Terra é a minha casa.

Eu sou parte desta grande família da Natureza, não mestre dela. Eu tenho minha própria parte especial para executar e eu busco descobrir e executá-la com minha melhor habilidade. Eu busco viver em harmonia com outros na família da Natureza e trato outros com respeito.

Eu sou Pagã. Eu celebro a mudança das estações, o girar da Roda do Ano. Eu celebro com cânticos, danças, festas, rituais e de outros formas. Eu celebro cada giro da Roda com práticas espirituais pessoais e tomando parte em festivais comunitários. Samhain, correntemente conhecido como Dia das Bruxas, é um tempo para contemplação do futuro e para prestar homenagem a meus Antepassados e outros amados no mundo dos Espíritos. Eu trabalho magia por maior liberdade religiosa para Pagãos e para a humanidade. Eu celebro o ano novo espiritual céltico e Wiccaniano.

Yule, o Solstício de Inverno, é um festival de paz e uma celebração da minguante luz solar. Eu honro a nova criança do Sol, queimando um tronco de Yule de carvalho no fogo sagrado. Eu honro a Grande Deusa em Seus muitos aspectos de Grande Mãe, e o Deus Pai como Santa, em suas formas de Velho Deus Céu, Pai Tempo e Rei do azevinho. Eu decoro minha casa com luzes e com azevinho, hera, visco, sempre-vivas e outras ervas sagradas para esta estação. Eu toco sinos no novo ano solar.

No começo de fevereiro, eu celebro Candlemas, conhecido pelos antigos Celtas como Imbolc e para americanos contemporâneos como o Dia de Groundhog. Eu enfoco na purificação espiritual e na eliminação de bloqueios para preparar a vinda da Primavera e o novo crescimento. Durante este festival, eu acendo velas para honrar Brigid e eu A convido a inspirar meus trabalhos artísticos e guiar minha prática curativa. Eu faço oferendas de sementes a pássaros selvagens.

Na hora do Equinócio da Primavera, eu dou boas-vindas a renovação da Primavera e celebro a verdejante Terra, vestindo-se em verde. Eu honro a Deusa teutónica Ostara e o espírito do Coelho, o consorte Dela. Eu pinto ovos com amigos e escolhas divinas para um novo crescimento.

Beltane, no começo de maio, é um festival de fertilidade e prazer. Eu me visto em cores luminosas e uso uma guirlanda de flores em meu cabelo. Eu danço ao redor Maypole para abençoar jardins e projectos criativos. Eu salto a fogueira de Beltane para boa sorte. Eu coloco flores no Santuário da Sagrada Bast dos Gatos e em outros locais sagrados.

No tempo do Solstício de verão, também conhecido como Meio do verão e Litha, é um momento principal de reunião quando eu saúdo velhos amigos e conheço novos. Eu danço com eles ao redor de uma fogueira sagrada aos mágicos ritmos de tambores. Eu honro minha comunidade espiritual e tribo. Eu celebro a cultura Pagã. Eu adiciono pedras ao Círculo de Pedra da terra do Circle Sanctuary com orações para harmonia planetária e bem-estar.

Conforme agosto se aproxima, eu celebro Lammas, também conhecido como Lughnassad. Neste festival, eu honro o ápice do Verão e a prosperidade. Eu não só dou graças pelas coisas selvagens e plantas cultivadas e bênçãos para aquelas que estão começando a frutificar, mas eu também peço para que a abundância continue. Eu reparto e como
pão com outros no ritual e eu dou pão e oferendas de erva às Deusas e Deuses da agricultura.

Equinócio de Outono, algumas vezes chamado Mabon, é o tempo da acção de graças por todas as colheitas que eu tenha colhido durante o tempo crescente. Eu dou graças pela comida que recebi dos jardins e campos e por outras bênçãos que entraram em minha vida. Eu devolvo à Mãe Terra oferendas que vêm do melhor da fruta, legumes, ervas, nozes e outras comidas que eu tenha recolhido.

E em Samhain, a Roda do Ano começa novamente.

Eu sou uma Pagã. Eu também honro as estações da vida dentro de minha jornada de vida- começos, crescimento, frutificação, colheitas, fins, descansos e recomeços. A Vida é um Círculo com muitos ciclos. Com todo Fim vem um novo Começo. Dentro da Morte há a promessa de Renascimento.

Eu sou Pagã. Eu não só vejo círculos de mudança e renovação dentro de minha própria jornada de vida, mas em minha herança. Eu vejo minha vida como um círculo que me conecta com os círculos de vida de meus antepassados. Eles são parte de mim e minha vida. A antiga sabedoria da Renovação da Natureza e Reciclagem é encarnada nos brasões de dois de meus clãs Ancestrais.

De meus antepassados alemães, da linhagem de minha mãe, está o totem da garça, um emblema familiar que significa perseverança e renovação depois de dificuldades. De meus antepassados Célticos, da linhagem de meu pai, esta o brasão que porta o símbolo de uma árvore de carvalho cortada da qual brotam novos ramos e folhas de seu tronco, incluída em um círculo com o lema Iterum Viriscit que quer dizer "que isto cresça Verde novamente". Estes símbolos e o lema não só me fazem lembrar de minha própria renovação e a renovação da Natureza, mas também a renovação de filosofia Pagã neste planeta que é parte de meu trabalho de vida como uma Sacerdotisa Pagã.

Eu sou Pagã. Mudança de consciência intencional, a Magia, é parte de minha espiritualidade. Para todo problema há pelo menos uma solução executável, como também oportunidade para crescimento. Eu crio minha própria realidade com meus pensamentos, sentimentos e acções. Tudo que eu envio sempre retorna.

Eu busco cumprir a Rede Wiccan: " Sem causar mal a ninguém, Faça o que quiseres". Quando eu faço magia em rituais, antes de eu elevar directamente a energia, eu sempre busco olhar o quadro do qual minhas necessidades são somente uma parte. Eu me empenho a trabalhar para o melhor de todos, como também me ajudar. Quando problemas vêm para o meu caminho, eu busco entender as causas e mensagens deles como parte de minha busca por uma solução. Fazendo trabalho curativo, eu busco enviar as causas espirituais subjacentes da doença, em lugar de só enfocar um alívio de seus sintomas.

Eu sou Pagã. Eu trabalho magia através da Lua para ajudar e curar outros, a mim mesma, e o Planeta. A Deusa Tripla da Lua me guia. Eu activo começos na Crescente, energizo manifestações na Cheia e mando embora obstruções com a Minguante e com a Negra. Eu tomo parte em rituais em Luas Novas e Cheias, e eu sei que meus Círculos são parte de uma grande rede de Círculos que se encontram nestes tempos ao redor do Planeta Terra.
Eu sou Pagã. Eu abraço o Panteísmo e reconhece que o Divino está em todos lugares e em tudo.

Eu honro o Divino que está dentro das árvores de carvalho na floresta, nas ervas no jardim, nos pássaros selvagens que cantam nas árvores, no topo da pedra da montanha, em mim, e sim, até em "coisas" como meu carro, máquinas fotográficas e computadores. Eu entendo que tudo com um corpo físico tem um corpo espiritual também. O físico e espiritual está entrelaçado profundamente, não separado, nesta forma de mundo. Eu honro as inter-conecções da Criadora e Criação.

Eu sou Pagã. Eu sei que a Divindade tem muitas facetas e eu experencio isto por uma variedade de Deusas, Deuses e outras formas espirituais. Eu também honro a Divina Unidade, a Unidade de Tudo. Meus encontros pessoais com Deusas Pagãs, Deuses e outras formas Divinas transformaram e enriqueceram minha vida. Hécate apareceu como
a Morte para me ensinar libertação e renascimento. Como uma criança jovem, Ártemis fluiu por mim e me ajudou a proteger o que pretende ser roubado. Selena da Lua Cheia, traz visões e meu nome para mim .O sagrado Sol me energiza. Iemanja do Oceano limpa e me renova. Eu tenho ouvido Pan tocar sua flauta nos bosques. Dionísio desperta dentro de mim as alegrias de espontaneidade e felicidade extática e me ensina os mistérios da androginia. Eu experimentei a união de Deusa e do Deus fazendo amor com meu companheiro no jardim. Bast me ajudou a aprofundar minhas conexões com meus amigos gatos. Cernunnos apareceu a mim na floresta como um Veado. Isis falou a mim em explosões de esplendor no fundo da Noite e em fluxos de energia por minhas mãos, fazendo curas. Saturno me deu lições sobre disciplina, tempo e agricultura orgânica. A Senhora Liberdade me protege conforme
eu trabalho para liberdade religiosa por Wiccanianos e outros Pagãos. A Mãe Terra guia meu trabalho em nome deste Planeta. Eu também experiencio o Divino como Totens animais, aliados das plantas e como outras formas em meus sonhos, em jornadas internas e enquanto eu buscava pela visão sozinha no deserto.

Eu sou Pagã. Minhas práticas espirituais incluem auto-aceitação e entendimento, em vez de auto-rejeição. Eu compartilho minhas visões com outros quando eu sinto ter razão, mas eu não faço proselitismo, reivindicando meu caminho como único e verdadeiro. Há muitos caminhos sobre a montanha da compreensão espiritual, não somente um caminho.

Eu sou Pagã. Minha adoração toma a forma de Divina comunhão com a Natureza. Como parte de minha adoração, fundei e tenho mantido uma reserva sagrada na natureza, O Circle Sanctuary ( O Santuário do Círculo). Lá eu realizo rituais em lugares especiais, como no Círculo de Pedra sobre um monte sagrado; sobre o Spirit Rock, alto sobre os vales; no jardim do Círculo Mágico; em santuários ao ar livre; na sala do Templo, em recinto fechado; e nos abrigos de pedra de arenito antigos, que abrigaram os antigos que se mantiveram nestas terras milhares de anos atrás.

Eu também realizo rituais em outros lugares na terra, ao ar livre e em lugar fechado. Minha adoração e rituais
podem estar em qualquer lugar, pois meu círculo sagrado é portátil. Onde quer que eu esteja, eu posso montar um círculo ao redor de uma esfera sagrada com sete invocações: para as quatro direcções, para o Cosmo acima, para o Planeta abaixo e para Integração Espiritual no centro.

Eu sou Pagã. Eu viajo ao Outro mundo em meus sonhos, meditações e rituais. Eu uso ferramentas sagradas para me ajudar em minhas jornadas e meus trabalhos mágicos. Estes incluem caldeirão, cristais, velas, incensórios, cálices de água, pentáculos de sal, pratos de terra, penas, sinos, vassouras, chocalhos, tambores, batutas, estacas, espadas, espelhos, e uma variedade de ferramentas de adivinhação, inclusive cartas de Tarô, exagramas de I Ching e pedras de Runas. Eu voo com minha consciência pelo tempo e espaço.

Eu exploro outras dimensões e então eu retorno com introspecções conhecimento e poder. Eu vou entre os mundos por cura, crescimento e transformação. Intuição, percepção psíquica é natural, não sobrenatural, são parte de minha vida diária. Eu sou Pagã. Eu me harmonizo com os quatro elementos de Natureza- Terra, Ar, Fogo, Água- e com o quinto elemento, O Espírito que é a força espiritual que tudo conecta. Eu vejo estes Elementos na Natureza- a Terra no solo e pedras; o Ar nos ventos e atmosfera; o Fogo como o raio, fogos e electricidade; a Água nas primaveras, rios, oceanos e outras águas sobre o planeta; e o Espírito como a Divina Unidade. Eu também vejo estes Elementos como aspectos do meu eu- meu corpo físico e fisiológico é minha Terra; meu intelecto e pensamentos meu Ar; meu desejo e acções meu Fogo; minhas emoções e sentimentos minha Água; e meu eu Interno, minha Alma, é o meu Espírito.

Eu esforço em me manter saudável e em equilíbrio em todas estas partes de mim Eu trabalho para o restabelecimento do equilíbrio dos Elementos no ambiente. Eu sou Pagã. Eu ouço o choro da Mãe Terra que está triste com o mal que é causado ao meio-ambiente pela humanidade. Eu estou desanimada pela poluição do ar, terra, águas e pelos jogos de dominação que são feitos pelas nações com os danos nucleares e outras armas de destruição de massa. Eu também me preocupo com a poluição espiritual no Planeta-egoísmo, ódio, cobiça por dinheiro e poder, vícios, violência, desespero. Quando eu vejo estes problemas, eu também vejo a limpeza e cura dos acontecimentos sobre o Planeta Terra.

Eu sei que posso ajudar pelo menos um pouco a trazer ao Planeta maior equilíbrio buscando equilíbrio em minha própria vida, sendo um catalisador para restaurar o equilíbrio na vida de outros e trabalhando para um ambiente melhor. Eu sei que minhas atitudes e meu modo de vida podem fazer diferença. Eu procuro ser um canal para a cura e equilíbrio. Eu faço da responsabilidade ambiental parte de minha vida pessoal diária. Eu procuro viver em harmonia com os membros da Família da Natureza.

Eu sou Pagã. A Espiritualidade da natureza é a minha religião e minha base de vida. Natureza é minha professora espiritual e meu livro sagrado. Eu sou parte da Natureza e a Natureza é parte de mim. Minha compreensão dos mistérios internos da Natureza cresce enquanto eu
viajo neste caminho espiritual ".

                                                                 Selena Fox

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Wicca e os Homens


Embora homens e mulheres compartilhem do poder da magia, a palavra Witch tem estado mais comumente associada a mulheres do que homens, no entanto, os homens na Arte são também denominados Witches (Bruxos).

A Deusa também é importante para os homens. A opressão dos homens no patriarcado governado por Deus-Pai é talvez menos óbvia mas não menos trágica que a das mulheres. Os homens são encorajados a identificarem-se com um modelo que nenhum ser humano pode, com sucesso rivalizar: serem pequenos governantes de universos limitados. Eles vivem uma divisão interna, com um "espiritual", que supostamente, busca dominar as suas naturezas emocional e animal primárias. Lutam consigo mesmo: no Ocidente para "dominar" o pecado; no Oriente, para "dominar" o desejo ou o ego. Poucos escapam desses embates sem prejuízos. Os homens perdem contato com os seus sentimentos e corpos transformando-se nos "apáticos homens bem-sucedidos".

Porém visto que são as mulheres que dão à luz aos homens, amamentam-nos e em nossa cultura são responsáveis pela sua guarda enquanto crianças, "todo homem criado em um lar tradicional desenvolve intensa identificação com a mãe e, conseqüentemente, traz consigo uma forte impressão feminina. O símbolo da Deusa permite que os homens experimentem e integrem o lado feminino de suas naturezas, que com freqüência, prova ser o aspecto profundo e sensível, normalmente escondido. A Deusa não exclui o homem; ela o contêm, assim como a mulher grávida contém um filho. O lado masculino incorpora tanto a luz solar quanto a energia animal selvagem e indomada.

Porém, durante a "Era das Fogueiras", 80% dos milhões de pessoas que foram queimadas vivas por prática de feitiçaria eram mulheres. Ainda hoje, a maioria dos praticantes da Arte são mulheres, embora esteja aumentando o número de homens.

Há boas razões para pensar na Feitiçaria como uma Arte feminina. Pois na verdade o poder de uma Bruxa está em ocupar-se com a vida num sentido mais amplo, naturalmente as mulheres estão biologicamente mais envolvidas na geração e sustento da vida do que dos homens. Porém o espírito dos novos tempos está levando homens e mulheres a restabelecerem uma maior ligação com os mistérios da vida que se encontram nos ritmos naturais da mulher, da Terra e da Lua, pois os mistérios da vida são verdadeiramente os mistérios da magia.

Assim, às portas do terceiro milênio não é uma coincidência, que mais e mais homens estão se fazendo presentes no momento do parto e começam a assumir responsabilidades na assistência ao bebê recém-nascido. Daqui para frente maior também será o número de homens que se começarão a se interessar pela Arte. Na verdade a Deusa devolveu à mulheres e homens sua dignidade e grandeza humanas, sendo que puderam nela se reconhecer como partes igualmente importantes da divindade, tendo o mesmo direito ao poder e à fragilidade